Autora: Nivea Laskosky
A Geração Z, nascida entre 1995 e 2010, já representa mais de 30% da população mundial — cerca de 2 bilhões de pessoas. Cresceu imersa em smartphones, redes sociais e ambientes digitais, o que a torna altamente autônoma, mas também ansiosa e sensível à instabilidade econômica e social.
Por que envolver os zoomers em missões?
Apesar de muitos serem considerados “pós-cristãos”, especialmente em países ocidentais, pesquisas revelam que essa geração busca propósito e espiritualidade, e se identifica com causas que refletem seus valores: ética, justiça social e meio ambiente.
De acordo com a pesquisa Barna, 82% dos cristãos da Geração Z que são comprometidos com sua fé consideram importante compartilhar o evangelho, e muitos estão dispostos a fazê-lo de forma pessoal e digital. Mas temos alguns desafios no engajamento missionário dessa geração:
- Cosmovisão e ceticismo científico: a Geração Z valoriza evidência, lógica e autenticidade. Para muitos, a fé sem base intelectual ou sem conexão com questões sociais reais soa vazia.
- Rejeição às instituições: são naturalmente desconfiados de estruturas religiosas tradicionais e exigem transparência, coerência entre discurso e prática, e impacto real na sociedade.
- Excesso de estímulo digital: a atenção fragmentada exige formatos de conteúdo mais visuais, dinâmicos e participativos, fugindo de métodos estáticos e expositivos.
- Diversidade interna: muitos apontam que o conceito de Geração Z pode ser superficial ou até irrelevante fora de contextos de marketing, especialmente no Brasil. Há grande diversidade social e cultural dentro desse grupo.
Com o envolvimento dessa geração em missões podemos ter ganhos em energia criativa e digital, já que os
zoomers utilizam YouTube, TikTok, mídias sociais, podcasts etc., são criativos na comunicação e no evangelismo online; têm sensibilidade cultural, mentalidade aberta e valorizam inclusão e justiça, buscando sempre o engajamento com causas globais como pobreza, meio ambiente e direitos humanos, o que os torna agentes missionários extremamente relevantes; e são, naturalmente, a liderança emergente pois em breve estarão dominando setores sociais e culturais.
Envolver a Geração Z em missões agora é estratégico para o futuro da causa global.
O que podemos fazer para engajar a Geração Z?
Uma vez ouvi de um jovem missionário em um treinamento: “Somos chamados a usar a internet como plataforma missionária, conversando sem medo, compartilhando fé e construindo pontes”. Isso reflete e reforça a ideia de que eles não só desejam missões tradicionais, mas enxergam nas redes digitais um canal eficaz de impacto.
Por isso são tão importantes os relacionamentos autênticos, o diálogo genuíno e empático, vida compartilhada e testemunho honesto com essa geração. A aprendizagem participativa deve explorar métodos envolventes como sala invertida, projetos práticos, debates e espaços colaborativos. E o conteúdo, não poderia ser diferente: multissensorial, com vídeos curtos, recursos visuais, storytelling missionário real e contextualizado.
Engajar a Geração Z em missões é desafiador: exige inovação, autenticidade e sensibilidade. Mas os ganhos vão muito além. Com seu envolvimento, alcançamos vidas impactadas, construímos um evangelismo mais realista e poderoso, e deixamos um legado missionário adaptado ao século XXI.
Ao investir nesses jovens hoje, estamos preparando uma geração capaz de transformar culturas, romper barreiras e ser uma ferramenta viva nas mãos de Deus.