Autora: GE
Elas são coloridas, os saris cheio de formas…um mais bonito que o outro. Os lenços cobrem a cabeça, as pulseiras fazem barulho quando elas caminham e os anéis nos dedos mostram que elas são casadas. Sorrisos largos em algumas, em outras olhares profundos que contam mil histórias sem que digam uma palavra sequer. Essas são as mulheres com as quais passamos alguns dias, no Sul da Ásia.
Elas são mais que especiais, elas são cartas vivas do amor de Deus. São a prova de que nosso Deus é o Deus que nos vê.
A grande maioria delas nunca participou de um treinamento, nunca parou por alguns dias para aprender, sobre Deus de forma mais profunda; e muito menos para entender sobre suas próprias emoções.
Elas enfrentam problemas diversos e complexos: uma não tem onde morar, outra ora para ser mãe há mais de 15 anos, outra decidiu abrir o coração e contar o quão difícil é quando as pessoas na sua vila não aceitam as boas novas que ela tanto quer compartilhar. Todas elas decidiram seguir a Cristo em lugares onde ser cristão não é bem visto, ou o preço por seguir a Cristo é ser excluída de suas famílias, ser abandonada pelo esposo, pela comunidade e viver à margem da sociedade. Mas nenhuma delas pensa em voltar atrás na decisão que um dia fizeram!
Olhando para elas e para a convicção e esperança que elas tem em Cristo, fico me perguntando se eu teria a mesma fé diante de tantas perseguições.
Estivemos com elas por três dias para ensinar mas, na verdade, nós aprendemos mais do que ensinamos, e no final saímos pedindo a Deus que nossa fé seja tão profunda e tão sincera quanto a delas. Elas se entregaram ao Senhor e tem trilhado uma caminhada árdua, mas certa.
Nosso alvo ali foi entregar a elas algumas ferramentas para que elas entendam mais sobre o Criador, e que sejam aptas para compartilhar com outros sobre o Deus que nos ama. Queremos colocar nas mãos calejadas dessas mulheres instrumentos para que elas consigam se entender, entender suas emoções, seus sonhos e entender de forma profunda que elas podem contar com um Deus amoroso e um Pai poderoso para o resto de suas vidas. Elas escutam com atenção, perguntam, se empolgam… sonham, riem, choram. Elas rasgam o coração na mais profunda alegria em saber que são ouvidas, em saber que para cada dor há uma cura nos braços do Pai. A jornada que elas tem pela frente é longa, elas estão em um lugar onde as portas para o evangelho estão cada dia mais fechadas. As coisas, talvez, ficarão mais difíceis, a caminhada mais cansativa.
Nossa oração é que cada uma delas esteja arraigada de tal forma no amor do Pai que o vendaval não as separe da Rocha. Mulheres como essas são potes de barro carregando um tesouro inestimável.
Depois dos nossos dias juntas, elas partem cada uma para sua vila: cheias de esperança no olhar, com a fé renovada e com a certeza no coração de que mesmo que o vento sopre forte, mesmo que o caminho fique mais estreito, elas são amadas, são filhas de um Deus que as conhece pelo nome.



